quarta-feira, 26 de maio de 2010

AntEs qUe o MundO acAbe - Chicory

Quem teve um pouco de tempo, vontade ou ao menos um pouco de bom gosto, e conseguiu assitir no cinema Antes que o Mundo Acabe, da Luciana Tomasi, se deliciou com a história livre e meiga de uma familia às voltas das trapequices adolescentes de seu filho mais velho.
A história gira em torno de um menino de 15 anos absolutamente centrado em seu mundo caledoiscópico de adolescente, que de repente é invadido por uma sucessão de fatos inconvenientes, contrários e alheios à sua vontade e é obrigado a perceber que o mundo vai um pouco além do seu umbigo e da sua vontade. Até aí, tudo lindo. Mas, como falei antes, este menino faz parte de um contexto, uma família, mais precisamente, uma mãe. E mesmo com o reaparecimento do pai ausente por toda uma vida, mesmo com o sofrimento exposto do filho, mesmo com a namorada fazendo joguinhos com o melhor amigo, mesmo, mesmo..., ela se mantém mãe, educadora, amorável e disponível, mas somente, ou, se preferirem, completamente mãe. Graças a sua excelente atuação neste papel seu filho pode vivenciar com espaço e tempo suas questões tão imprescindíveis, urgentes, existenciais e universalmente únicas.
Esta mestria é justamente o lado positivo de um floral muito interessante, que lida com mestria e alegria com esta relação que muitas vezes pode ser avassaladora. Ele impede a simbiose, a mistura de papéis e a invasão do espaço do outro por simples competência, e sim, pasmem, por amor.
Pois amar é isto, é dar espaço, libertar, deixar ir para voltar.
Amor nunca foi sinônimo de prisão ou refém de ciúmes, por mais que nossa sociedade nos tenha ensinado muitas vezes o contrário.
Amar é principalmente dar tudo aquilo que temos capacidade de doar, para depois, com calma e sabedoria, esperar pelo que podem, conseguem, são capazes de nos dar.
Chicory é o amor sem troca, sem espera, sem correntes. Chicory é o amor que gostaríamos de receber, e no auge de nossa maturidade, somos capazes de dar.
S.O