quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

COMPROMETIMENTO OU FÉ

Doença é um estado do ser. Ao abandonarmos o estado saudável, passamos para outro patamar; o estado doente. Este, invariavelmente, independente da gravidade, da época do ano, do sintoma, do que carrega ou não consigo, sempre nos tira do patamar da normalidade. Impõe uma nova rotina, alimentação, estados de ânimo, ou desânimo. Novas pessoas entram em nossa vida na figura do farmacêutico, do médico, do fisioterapeuta, da colega de sala de espera. 




Enfim, quando somos assolados por uma crise qualquer, nossa vida muda o rumo e muda o nome do chefe: agora quem manda é ela.
Ficamos lotados da nova vizinha e loucos para que o caminhão da mudança incursione pela rua novamente, levando a dita com suas malas.
Mas e quando a doença já criou raízes, já fez amizades e estabeleceu seu ritmo?. E quando a doença ao invés de crise vem em forma de crônica?




Ela já não tem mais novidades para contar, amigos novos nem bem vindos são e mudança é tudo que não se quer. O estado crônico de uma doença qualquer nos passa uma sensação estranha de que o estado  normal é este. Ela já faz parte, já pertence. E assim sendo, sua rotina passa a ser a do doente, que já cansado já nem percebe quem manda em quem. Ela vai ficando, o doente vai se acostumando, e tudo segue seu ritmo, normal?!?




Estados crônicos de doença são cada vez mais comuns numa sociedade carente de liberdade. Na ânsia de pertencer a algo ou alguém, no mundo fetichista das ilusões e aparências, não raro, o único parceiro fiel é este estado de parceria. Outrora indesejável, agora tudo o que resta.
E a pessoa vai vivendo, com suas caixinhas, seus hábitos, suas desculpas, sua sócia.




Tão lamentável quanto estatístico.
Mas claro, como para tudo tem explicação, para este fenômeno comportamental também há.
Para vencer a cronicidade de qualquer mal, o padrão repetitivo de qualquer conduta, há de se ter fé, ou, se o interlocutor for ateu, comprometimento. É preciso vencer a barreira da mesmice, comprometer-se com a cura, aceitar a mudança e abrir mão dos ganhos secundários advindos deste investimento.




O resultado para aqueles que tentam é a glória da saúde, da liberdade de ir e vir, do não precisar mais carregar sacolas de pedras na ladeira da vida e esquecer as lamúrias das explicações incansáveis.




Na linha infinita da vida, onde a morte é apenas uma mudança de endereço, a cura é inevitável. Você só precisa decidir, com comprometimento ou fé, se será agora ou vai deixar para depois.

S.O





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